sábado, 25 de junho de 2011

Depois de uns bons meses sem escrever poesia .... São as Águas de Março...


Após uma boa temporada sem caírem folhas secas ou soltas lá saiu, compulsivamente, algumas frases ... :)

No silêncio compreendemos os nossos ditos
encontramos-nos, sabemos quem somos, a vida que seguimos.
No poema arde uma chama que corteja a verdade dos nossos gomos,do profundo ecoar dos sonhos, 
em rotundante e sonantes vibrações
celebrando o alcance e a vontade de entoar os nossos corações.

O Passado perdura nas nuvens do tempo inacabado e imperfeito
nos genes perdidos entre duas vargens,
na verdade guardada no peito.
Silenciar a dor há muito perdida,
vaguear nesse horizonte, em deleite,
voar sobre a terra prometida
até silenciar em definitivo no leito.

Saudades de mim!




Há quanto tempo no centro não te vias,
há quanto tempo no poema não vivias,
há quanto tempo na alma não te perdias
num olhar de espanto e contentamento!

Sobeja flor de fragrância eloquente
errante no caminho da mente
na emoção que a tempestade volveu
esse teu ser, esse teu eu!

O regresso, por fim, aceite
sobre espadas defesas da mente, bem treinadas
por uma luz induzida em azeite

iluminam todas as barricadas!

Aí vens tu, de regresso a casa!




Luar

Um passado cheio de matéria
de matéria inerte de onde luz floresce e um constante germinar de vida,
de nova vida.

Um passado preenchido de memória,
tal terra fértil onde a vida se renova... a cada instante!

Um universo que se expande
por uma matéria escura, vivida, consumida,
que aquece a memória de combustão recalcada,
suada...

Escuridão vazia entre pontos de luz,
entre pontos de fogo e amor
que iluminam esse vasto vazio interior.

Um vazio que tudo alberga
que todas as formas conhece.

Um vazio que enxerga,
que dá corpo ao passado que a todo o instante padece
e em redor de um eixo se repete,
constantemente,
e expande esse vazio por todo o lado.


Vazio interior,
feminino,
taça da força superior...
Força de instinto faminto,

que se atesta em amor!

15-03-2011





Um Inverno,
longo...


Um beijo que tarda
num vazio que cresce

Uma estrada bifurcada em nada de nada
Uma falsa memória
Um amor (a)guardado
Um lado vazio num ser retornado
Um desejo vadio
Um mar desperto
Um luar brilhante
Um olhar discreto
Um gozo errante...

Um beijo que tarda
num Inverno cessante!

20-03-2011






Voando No Tempo

P’lo tempo voo no momento,
no momento que estou

no presente
no momento que vou voando no tempo
p’lo instante que voo nesse momento
de um tempo cessante, batente
que tão bem se sente
nesse breve instante do presente!


Esse presente do tempo,
embrulhado p’la mente
do passado que prende esse tempo semente,
esse passado presente
que voa p’lo tempo da mente que fende
por esse passado há muito o presente...


Passado que pede futuro num tempo presente.

Março de 2011

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