segunda-feira, 11 de julho de 2011

No fim das férias ... parte II

...na sequência do texto publicado há dias, senti-me tentado a dar-lhe continuidade... 


Hoje provei-te numa sopa de deleite imaginado. Senti-te perto, tão perto que te saboreei no meu paladar… de coração calmo, desperto, senti-te em todo o meu redor, nos meus braços, na música audível, atrás da cortina, no canto mais discreto, no cantar da tua voz, nos olhares fechados, na palma da mão, mesmo em frente ao meu nariz, bem dentro do coração. Novo o gosto do paladar. Novo o conforto em redor. O silêncio da tua presença invadiu por horas todo o meu universo presente, não apenas o eu, mas todo o self. Que evasão essa invasão premente!
Um relento no ar repousou no todo esse momento duradouro de silêncio, uniforme, constante ... um relento de veraneio, fresco, saudável, de bom gosto. Gosto dos olhos fechados e da palma da mão aberta, serenamente aberta ao relento, não vá piscar os olhos e os trocar, deixando-os abertos e de mão fechada!
Tudo, tudo muito devagar, nos compassos da Serenata ao Luar, tocada de mansinho, em tempo de lua gibosa, quase plena no reflexo exteriorizado do seu vazio interior de sempre, ao relento, no verão, perto do mar…
Tive a sensação de que nada tinha fim, tu não tinhas fim, a sala não tinha fim, nada, absolutamente nada tinha fim… tudo se alargava infinitamente numa multiplicação de tempo e espaço, uma quarta dimensão multiplicada por dois, por três… um momento sem fim, eterno… ilusionismo eterno, inteiro, sem juízo de ver acontecer!
Serenidade absoluta no te abraçar... Vontade de romancear os teus sonhos, tuas paixões, tuas vontades, teu navegar… sem nada pedir, sem pestanejar. Suar-te no te amar, no exercício desse poder, altar sublime, onde tranquilamente devagar o amor pulsa sem compulsão, vive a união dos contrários, o paradoxo evidente, o lugar comum, o gosto apurado do meu paladar, a conexão divina, o horizonte sem fim, o mar... lugar sublime que, tal como a palma da minha mão, está na vida que há em mim… silêncio arrebatador!!!
Vida, esse grande mistério que me agrada seguir...!

07/11

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